Quem sou eu? A minha identidade

Segundo a Leitura Biológica, dividimos os destros e canhotas, das destras e canhotos. Cada grupo ocupa um lugar na família primeiramente, e tem respostas biológica diferentes frente a uma situação de perigo.

Os destros ou canhotas, são pessoas que cumprem o papel de “caça” perante a família, o verdadeiro líder, aquele que gosta do comando e toma decisões, empurra o grupo e assumem responsabilidades. Os alfas são nossas referências. É só observar em empresas, como respeitamos e às vezes queremos até copiar nossos chefes.

As destras e canhotos (não confunda com a mão que você escreve – é preciso fazer o teste da lateralidade), precisa “receber”, e tem uma energia feminina. Seu principal território é seu “ninho” ou a sua casa.

Cientistas fizeram experimentos com macacos numa ilha japonesa de Kashima e perceberam que o comportamento segue um modelo hierárquico, conferindo a liderança ao macho alfa. Um grupo começou a comer batata doce e cuspia a casca.

No entanto, como viviam perto de um rio, uma fêmea de apenas 18 meses começou a lavar a batata, e verificou que era mais fácil comer com a casca deliciosa e mais macia. Pouco a pouco outros membros da mesma faixa etária imitou esse gesto e achou isso muito proveitoso.

Entretanto, os machos idosos e chefes alfas, se recusaram a imita-la. Por orgulho? Em outras experiências, pesquisadores notaram que quando o chefe alfa promove e aceita uma inovação, em poucas horas todos do grupo assimilam. Porém, quando transmitido pelo ômega, atinge apenas aquele grupo menor, nunca chegando ao topo.

As delimitações de território como a pele, ou casa, deve ser bem demarcada. Limita seu espaço físico e pessoal. Pode-se marcar seu território corporal pelas suas roupas, perfumes, maquiagens. Um perfume mais forte, serve, para marcar sua presença e repelir o outro num contato mais próximo, ou um perfume mais suave, atrai e favorece uma aproximação.

O território é um lugar de memórias. O cão marca seu espaço urinando toda vez que passa no quintal da casa e ali impregna seu cheiro. Isso torna referência olfativa quando ele passa pelo quintal e demarca a todos os outros cães.

No ser humano, acontece parecido. Lembre-se da casa da sua avó. O que vem a memória, são sensações de alegrias, representa muito mais que apenas um lugar. Acontece o tempo todo durante uma vida e até gerações. É através destas lembranças que se cria um enraizamento em relação ao espaço, ligação que ganha força quando está associada a uma memória; essa terra é o que sustentou várias gerações, ou, a rua que eu nasci e vivi meus primeiros anos.

Um exemplo de território humano: um professor universitário torna seu território sua área de pesquisa e defende-a com unhas e dentes. O professor se sente ameaçado quando um colega invade seu espaço e começa a estudar esse assunto. Toda vez que seu colega chega, ele começa a ter agitação, palpitação, insônia e vontade de urinar.

Um território sem dono é apenas um espaço vazio. O território nasce com a ocupação do espaço de uma pessoa. O território possui uma alma, existe uma presença. Um corpo não habitado é um corpo sem vida. Ele pode ser invadido e não respeitado. Você está mais susceptível a um assalto quando está distraído, pode ser no celular ou conversando com alguém. É nesse momento que o ladrão cria a oportunidade do furto. Com o corpo ocorre igualmente. Quando você não está presente, habitado no seu corpo (por isso, se faz muito de corpo e mente em equilíbrio), pode vir uma doença, uma dor. Ter consciência do seu corpo, significa ter sua identidade e criar limites desse território.

Um exemplo de quando o território pode ser invadido, é a superproteção dos pais nas crianças, que aumenta a fragilidade dessa criança face a uma ameaça, e mobiliza a atenção para a presença de perigos. Isso pode trazer sentimentos de medo, de fraqueza e desvalorização para esse filho.

Outro quadro é em caso de uma criança concebida para substituir um irmão morto (aborto). Os pais que não conseguem fazer o luto desse filho e enxerga o segundo como se fosse o primeiro. Alguns casos, colocam o mesmo nome, e veste a mesma roupa. Mesmo não verbalizando, essa criança sabe que ela foi uma substituta e não consegue marcar seu território, sempre tem a sombra desse irmão.

Segundo Robert Andrey, existe uma necessidade inata do ser humano e nos animais superiores que organiza a vida: identidade, estimulação e segurança; que se opõem a anonimato, tédio e angústia. A segurança e a necessidade que menos se manifesta, e quando ela está completa gerada pela prosperidade, gera o tédio e desejo de fuga. O homem precisa de desafios que o levam a procurar situações estimulantes capazes de mante-lo ativo. O tempo todo, o homem busca uma segurança para se proteger dentro do seu espaço. Busca encontrar sua fortaleza, sendo dentro dos seus condomínios ultramodernos ou carros blindados a prova de bala. No entanto, o indivíduo que vive tranquilo durante muito tempo do aconchego do seu lar, sem a sombra do seu inimigo, ”busca” um perigo imaginário que permita mobilizar de novo sua atenção, fugindo da sua angústia e ansiedade, da mesma maneira que um gato, adormecido pelo excesso de conforto, imagina o predador, e salta e se esconde atras do sofá.

A identidade está no topo da lista, exprime sua existência e seu valor. A territorialidade e hierarquia permite todos encontrarem seu espaço e uma função com os quais se identificam e lhe proporcionam segurança, estimulação e reconhecimento. O alfa e o ômega, tanto machos ou fêmeas. Mesmo o que está hierarquicamente mais baixo, a partir do momento que está inserido no grupo, aceita sua posição e prefere receber e acatar o alfa, isso constitui uma ordem.