Contate sua criança interior

A nossa criança interior representa nossa verdadeira essência. Representa nossa inocência, nossa sensibilidade, alegria e espontaneidade. Nela está nossos traumas, momentos positivos e negativos que vivemos. Através dela enxergamos nossa individualidade, nosso crescimento e nos reconhecemos.

Nessa minha jornada da vida, e agora mãe de uma criança de dois anos, olho para o meu filho e me vejo fazendo coisas que não fazia há muito tempo. Mas será que é preciso ter um filho para resgatar toda essa nossa experiência da espontaneidade, da alegria, do amor incondicional?

Acredito que é muito mais acessível, e digamos fácil, quando temos contato com crianças e animais de estimação. Eles nos instigam, nos fortalecem, nos relembram e/ou até nos ensinam pela primeira vez o que é a felicidade ou amor incondicional.

Mas independente da situação que temos, devemos ousar em experimentar essas sensações de quando éramos crianças.

No decorrer da vida, somos ensinados a controlar. O primeiro controle é do xixi, um grande desafio para os pequenos e para os pais, claro! Depois vem, o controle que devemos ter perante a sociedade, ser bons filhos, colegas, alunos. Na idade escolar, devemos ter notas para alcançar uma “média”, passar na universidade, ter o emprego dos sonhos, casar, ter filhos….enfim, passamos a vida tendo que aprender a ter controle sobre alguma situação.

Em casos extremos, ter controle do “incontrolável”. Eu tive uma paciente que não conseguia chorar. Há mais de 15 anos que ela não chorava, porque sua mãe a proibiu.

Tudo isso vai nos tornando rígidos, nossa musculatura e articulações se enrijecem, nossos pensamentos e emoções se cristalizam, vamos nos se separando e nos protegendo do outro. O medo aparece, a ansiedade aumenta, começamos a nos defender de tudo e de todos e culpamos ao outro. Surge a doença: hiperatividade, déficit de atenção, depressão, síndrome do pânico ou até mesmo um câncer.

Minha dica é brincar com a imaginação. Visualize você quando criança com aproximadamente 7 ou 8 anos. Lembre-se das suas brincadeiras e brinquedos preferidos, pode buscar alguma foto ou video, do lanche que sua mãe preparava para você e seus amigos, da sua festa de aniversário, de como era seu quarto, enfim quanto mais elementos você tiver, melhor.

Agora visualize um momento especifico da sua infância em que você se sentiu triste, reprimido ou inseguro. Continue com olhos fechados e imagine você hoje já adulto, se aproximando dessa criança triste e desanimada. Acolha-a, abrace, beije e deixe aflorar todos os sentimentos positivos vivenciados por você até hoje. Ouse dizer o quanto você o ama, que sempre estará seguro e deixe aflorar toda essa espontaneidade que existe dentro de você.

Faça as pazes com essa criança e sinta sua liberdade! Saia do controle e desfrute essa alegria de viver!